26 de dez. de 2008

reencontro com uma alma tão semelhante

foi assim q o andré descreveu seu (re)encontro com a florbela espanca. falei sobre ela a ele numa das nossas profundas conversas sobre carregar a dor das feridas do mundo e o desespero d se sentir assim.

me dei conta d q ando apaixonada. e isso inclui a florbela, cujo nome não podia ser mais belo. mas, ainda assim, não tinha feito nenhuma referência a ela em nenhum lugar. mas eis o momento.

meu único lamento é terem tirado o veronal de circulação...

sem remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou…
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio.
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

desejo
Quero-te ao pé de mim na hora de morrer.
Quero, ao partir, levar-te, todo suavidade,
Ó doce olhar de sonho, ó vida dum viver
Amortalhado sempre à luz duma saudade!

Quero-te junto a mim quando o meu rosto branco
Se ungir da palidez sinistra do não ser,
E quero ainda, amor, no meu supremo arranco
Sentir junto ao meu seio teu coração bater!

Que seja a tua mão tão branda como a neve
Que feche o meu olhar numa carícia leve
Em doce perpassar de pétala de lis…
Que seja a tua boca rubra como o sangue
Que feche a minha boca, a minha boca exangue!
…………………………………………….
Ah, venha a morte já que eu morrerei feliz!…
*imagem: florbela espanca por botelho

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