a idéia de suicídio tem se tornado cada vez mais recorrente na minha vida. de repente, é como se eu voltasse a ter 16 anos e as angústias tomassem conta d mim, me levando pra um único pensamento possível: a auto-destruição. durante anos e anos, me queimei com fósforos. a dor da auto-mutilação é mto menor q a dor interior. a sensação q tenho é q há um vazio gigante dentro d mim. é impossível preenchê-lo. sempre q tenho a impressão d q estou completa, feliz, diante d uma possibilidade d “vida”, o vazio se move, pra cima e pra baixo, pros lados, ocupa tudo, me incomodando, dando aquele nó na garganta, aquele arrepio no estômago, aquela sensação de boca seca, aquela vontade d morrer, q só um enorme vazio interior é capaz de provocar...
hoje é um dia desses. E eu nem estou de tpm. queria, como disse a marina, deitar, dormir e só acordar depois do apocalipse. estou com uma tristeza desesperadora e a idéia de acabar com a minha própria vida não pára de atravessar os meus pensamentos.
às vezes, acho q só estou viva pelos outros. pq só vou atrapalhar a vida dos outros me jogando do 11º andar no meio da avenida paulista ou no trilho do metrô. pq os outros vão sentir falta, pq os outros vão sofrer. não por mim. não por meus planos. nem tenho mais planos. acho q meu único plano é viver até morrer. mais nada. e são justamente esses outros pelos quais eu me mantenho viva q tanto me incomodam, me maltratam, me magoam, me machucam. todos tão egoístas qto eu. dizem q suicidas são egoístas. eu sou egoísta, mas, provavelmente, não sou suicida, pq, até hj, não me matei apenas para não atrapalhar, magoar, machucar, estragar a vida dos outros. passo meus dias me sentido atrapalhada, magoada, machucada, estragada. mas não acabo com a minha vida pra não transferir esses sentimentos para os outros. oh, doce thaís! como és pura e bela de coração!
penso no qto minha mãe sofreria ao me perder. mas será q ela não sofre mais com a minha auto-destruição? ela não sofre pq não vê. ela enxergaria facilmente meu corpo inerte preso em um caixão d madeira. mas ela não é capaz d enxergar meu corpo inerte preso em uma multidão d culpas, incertezas, tristezas, angústias. ela enxergaria facilmente meu nariz cheio de algodão. mas ela não é capaz d enxergar meu nariz cheio d poeira das estrelas. ela enxergaria facilmente minha cabeça esvaziada d miolos. mas ela não é capaz de enxergar esse vazio q ocupa tudo dentro e ao redor d mim. e a culpa não é dela. nem minha. nem d nada. nem d ninguém. queria q fosse, pq, aí, seria só me livrar do culpado. queria q a dor fosse física. algum remédio curaria.
esses dias a lia escreveu sobre o fato dela somatizar seus sentimentos. esses dias, a minha terapeuta falou sobre eu somatizar meus sentimentos. acho q essa é a melhor maneira d sentir. do resto, estou esvaziada. não amo, não gosto, não sinto, não odeio. penso, ajo. e sou vazia.
é tudo ainda mais terrível. me sinto à vontade contando isso tudo pro papel, como não me sinto contando pras pessoas. as pessoas vão me ligar e perguntar o q eu tenho e querer me convencer d q estou errada, q “eu tenho tudo q quero”, q “reclamo d barriga cheia”, “q tem tanta gente em situação pior”. tem tanta hiena q come carniça e ainda dá risada! eu não sou assim. não adianta tentar me convencer. não adianta me ligar, me culpar, me julgar. eu tenho consciência do mundo e isso dói demais. nesses momentos, uma das coisas mais bregas do universo vem à minha cabeça. legião urbana. brega, mas condizente com o q sinto e penso:
“queria ser como os outros e rir das desgraças da vida. ou fingir estar sempre bem. ver a leveza das coisas com humor. mas não me diga isso, é só hoje, e isso passa. só me deixe aqui quieto, isso passa. amanhã é um outro dia, não é?”
amanhã não é outro dia. não é só hoje. e isso não passa. mas eu não agüento mais fingir q estou sempre bem. nunca consegui rir das desgraças da vida e nunca mais quero ser como os outros.
hoje é um dia desses. E eu nem estou de tpm. queria, como disse a marina, deitar, dormir e só acordar depois do apocalipse. estou com uma tristeza desesperadora e a idéia de acabar com a minha própria vida não pára de atravessar os meus pensamentos.
às vezes, acho q só estou viva pelos outros. pq só vou atrapalhar a vida dos outros me jogando do 11º andar no meio da avenida paulista ou no trilho do metrô. pq os outros vão sentir falta, pq os outros vão sofrer. não por mim. não por meus planos. nem tenho mais planos. acho q meu único plano é viver até morrer. mais nada. e são justamente esses outros pelos quais eu me mantenho viva q tanto me incomodam, me maltratam, me magoam, me machucam. todos tão egoístas qto eu. dizem q suicidas são egoístas. eu sou egoísta, mas, provavelmente, não sou suicida, pq, até hj, não me matei apenas para não atrapalhar, magoar, machucar, estragar a vida dos outros. passo meus dias me sentido atrapalhada, magoada, machucada, estragada. mas não acabo com a minha vida pra não transferir esses sentimentos para os outros. oh, doce thaís! como és pura e bela de coração!
penso no qto minha mãe sofreria ao me perder. mas será q ela não sofre mais com a minha auto-destruição? ela não sofre pq não vê. ela enxergaria facilmente meu corpo inerte preso em um caixão d madeira. mas ela não é capaz d enxergar meu corpo inerte preso em uma multidão d culpas, incertezas, tristezas, angústias. ela enxergaria facilmente meu nariz cheio de algodão. mas ela não é capaz d enxergar meu nariz cheio d poeira das estrelas. ela enxergaria facilmente minha cabeça esvaziada d miolos. mas ela não é capaz de enxergar esse vazio q ocupa tudo dentro e ao redor d mim. e a culpa não é dela. nem minha. nem d nada. nem d ninguém. queria q fosse, pq, aí, seria só me livrar do culpado. queria q a dor fosse física. algum remédio curaria.
esses dias a lia escreveu sobre o fato dela somatizar seus sentimentos. esses dias, a minha terapeuta falou sobre eu somatizar meus sentimentos. acho q essa é a melhor maneira d sentir. do resto, estou esvaziada. não amo, não gosto, não sinto, não odeio. penso, ajo. e sou vazia.
é tudo ainda mais terrível. me sinto à vontade contando isso tudo pro papel, como não me sinto contando pras pessoas. as pessoas vão me ligar e perguntar o q eu tenho e querer me convencer d q estou errada, q “eu tenho tudo q quero”, q “reclamo d barriga cheia”, “q tem tanta gente em situação pior”. tem tanta hiena q come carniça e ainda dá risada! eu não sou assim. não adianta tentar me convencer. não adianta me ligar, me culpar, me julgar. eu tenho consciência do mundo e isso dói demais. nesses momentos, uma das coisas mais bregas do universo vem à minha cabeça. legião urbana. brega, mas condizente com o q sinto e penso:
“queria ser como os outros e rir das desgraças da vida. ou fingir estar sempre bem. ver a leveza das coisas com humor. mas não me diga isso, é só hoje, e isso passa. só me deixe aqui quieto, isso passa. amanhã é um outro dia, não é?”
amanhã não é outro dia. não é só hoje. e isso não passa. mas eu não agüento mais fingir q estou sempre bem. nunca consegui rir das desgraças da vida e nunca mais quero ser como os outros.
eu só queria não pensar mais, não sentir mais, não viver mais. só isso.
3 comentários:
Gostoso olhar pra você e ver que não estou sozinha no mundo dos "meus" pensamentos insanos a olhos alheios.
e Legião é demais!
Vem de repente um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim
;)
"Time takes a cigarette, puts it in your mouth
You pull on your finger, then another finger, then your cigarette
The wall-to-wall is calling, it lingers, then you forget
Ohhh how how how, youre a rock n roll suicide...
Youre too old to lose it, too young to choose it
And the clocks waits so patiently on your song
You walk past a cafe but you dont eat when youve lived too long
Oh, no, no, no, youre a rock n roll suicide
Chev brakes are snarling as you stumble across the road
But the day breaks instead so you hurry home
Dont let the sun blast your shadow
Dont let the milk float ride your mind
Youre so natural - religiously unkind
Oh no love! youre not alone!
Youre watching yourself but youre too unfair!
You got your head all tangled up but if I could only
Make you care
Oh no love! youre not alone
No matter what or who youve been
No matter when or where youve seen
All the knives seem to lacerate your brain
Ive had my share, Ill help you with the pain
Youre not alone
Just turn on with me and youre not alone
Lets turn on with me and youre not alone
Lets turn on and be not alone
Gimme your hands cause youre wonderful
Gimme your hands cause youre wonderful
Oh gimme your hands..."
www.lastfm.com.br/music/David+Bowie/_/Rock+'n'+Roll+Suicide
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